sexta-feira, 29 de julho de 2011

Incauto

Fogo de palha,
carnaval de boeiro,
promessa de rapaz bonito.

Cinza pra cinzeiro
samba ruim
de pagodeiro.

O museu, o carro
a história,
um homem e uma flor.

Fernanda Ribeiro Feola

terça-feira, 26 de julho de 2011

Vestes

A gente malmante sente o cheiro
e já quer pegar
levar para casa,
jogar em cima da cama.

Experimentar com o que der
tirar foto,
abraçar,
e por fim guardar.

Todos sempre queremos
poder abrir o guarda-roupa
e ver que está lá
sem dividir, sem emprestar.

Até a hora que estiver velho
e você não usar mais
dependendo do estado
sua mãe dirá para você dar a alguém
e se desfazer.

Fernanda Ribeiro Feola

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Toca Disco

Falta-me uma vitrola
tro-la, tro-la
lá dentro não toca.

Falta-me um que não risque
esse tra-va, tra-va
me en-ro-la, en-ro-la.
não rola...não rola.

Entre no compasso com a bailarina.
Pegue o pássaro,
roube a bailarina.

Assim,
a vitrola não trola
o vinil não trava,
e o resto rola.

Fernanda Ribeiro Feola

Conto do meio dia

Bolhas nos pés,
um susto do elevador.
E ele mais falso que a menina do corredor.

Fernanda Ribeiro Feola

sábado, 23 de julho de 2011


Pois bem, o sol saiu e como sempre eu quis correr para lhe abraçar, planejar um piquenique, me vestir de mallu, lhe cantar cantigas, tomar-lhe sorrisos, lhe tirar para dançar, se possível, passar mais um tempo assim contigo. Cruelmente a distancia nos separa, mas não será para sempre, acredite!

Fernanda Ribeiro Feola, para o meu querido Lucas Pípolos.

Rumo

Fui obrigada a me retirar.
Sai, corri, cai...
voltei pra lá, pra cá
dei meia volta e meia.
Sai novamente obrigada,
fugi, bebi, corri...
regredi.
Procurei eu mesma, dessa vez,
me retirar.
Caminhei, caminhei...
voltei.

Veja meu bem, eu estou aqui
fugi, mas voltei
e agora, pra onde eu vou?

Fernanda Ribeiro Feola

quinta-feira, 21 de julho de 2011

De novo

Minha doce alma
sofre o desejo, a tentação
pelo novo.

Mas ela gosta do antigo
o velho a mantem a tanto tempo
sempre tão agradável
a mantém bem.

Seja por hoje
mas não volte amanhã
venha meu bem
só por uma noite.

O pacto,
é segredo
esse tal, trancado
a sete chaves.

Eu ainda quero
meu novo, com o bom
e velho licor.

Fernanda Ribeiro Feola

terça-feira, 12 de julho de 2011

Hospício

Um homem passou por mim de repente.
Logo mais, era meu vizinho de quarto.
Na manhã de sabádo, eu já havia sonhado com o rapaz, acreditei até, que ele poderia ser meu grande amor.
Ele me bateu a porta (explodi de felicidade e pensei que era mesmo ele, o meu bem querer)enquanto me indagou:
-Acreditas em destino moça?
Eu, acanhada, respondi que sim.
O moço logo foi apreendido, me pediram desculpas pelo incômodo.
Mais uma vez acordará de sonhos, e vi que era só meu vizinho novo de quarto, que acabará de chegar no hospício e tivera um surto.

Fernanda Ribeiro Feola

domingo, 10 de julho de 2011

Conjecturo

Como sempre
de uma certa forma
a menina está "envolvida"
com vários rapazes.

Mas em todos os momentos
ela ainda se sente só
como se não houvesse ninguém
além de seus pensamentos.

Ela ouve.
Cria toda uma expectativa
mais sonha acordada
do que quando está a dormir.

A menina vê,
ela "tem" todos aqueles rapazes,
mas ela não quer nenhum deles.

E vive a espera...
ela mal sabe de onde virá o seu amor
mas ela espera...

Fernanda Ribeiro Feola

sábado, 9 de julho de 2011

Disposição à perfídia

Casou-se.
Não chora mais,
não escreve mais coisas tristes.
Só sai por ai
acompanhado dela.

Sorrisos,
para o céu e o mundo
no peito ele guarda,
sua preciosa esposa.

Casou-se com a falsidade.
E guardou suas verdades tristes para si.

Fernanda Ribeiro Feola

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Escárnio

Ria mais um pouco
vamos lá meu bem.
É muito comum isso por aqui
estou lhe falando.

Não interessa,
é só o que sabe fazer,
no fundo
é você quem sofre
e eu fico.

Reza sem fé
é igual seu bem me quer.
Serve de nada não.

Então me diga,
vale mesmo a pena?
estamos em um jogo sem fim,
ria mais um pouco de mim.

Fernanda Ribeiro Feola

Embaraço

Meu grande empecilho
não morre, nem me trai
guarda-se em minha alma
e chorra, é impossivel ver.
Resisto mais um pouco
um tanto mais forte,
me traz e
traz meu grande e odiado,
empecilho.

Fernanda Ribeiro Feola

terça-feira, 5 de julho de 2011

Agonia

Já estava na hora
não acha?
Anoiteceu, até o céu desabou
mas nada me chegou forte.

Eu não tomei iniciativa
o sol se-pôs outra vez
e a chuva que veio fraca,
já se foi.

Me pediu para ficar
Aplaudi e fui.

A chuva...
não cumpriu o combinado.
O sol tomou
seu lugar e nós
continuamos imoveis.

Fernanda Ribeiro Feola

domingo, 3 de julho de 2011

1° Espetáculo

Anteriormente uma breve
e grande diversão.
Logo, estaria sentada em um lugar bonito
e começaram a cantarolar.

Sons de filme
e vozes bem potentes
uma moça engraçada
e toda exibida.

Rapazes também se puseram a cantar
teve graça, fizeram drama
mais algumas canções.
Por fim a plateia fora engada
o idioma não era difícil.

Fernanda Ribeiro Feola

Fantasia interrupta

Eu quis pegar
quis minha rosa de volta,
dizer o quanto é importante
e trazer para casa.

Sentir seu doce aroma
e me deliciar
aprecia-la e por fim
roubar-lhe um beijo.

Mas o sensato
me proibiu.
Gritou lá dentro
que não.

Eu o ouvi, fiz certo
fiquei sem meu bem
minha doce rosa.
E permaneci calada
sem mais esperas.

Fernanda Ribeiro Feola