domingo, 9 de novembro de 2014

Guardanapo

Ambos sentados a mesa
Ela me olhou singela
Pegou uma caneta
Um guardanapo
E na sua inocência escreveu-me
Logo após aproximando o bilhete
Lentamente
Agora ela me sorria
Com o olhar sincero
E a alma plena
Como quem não podia mais
Guardar tal segredo
Tão doce
E tão fugas
Minha curiosidade ardia por dentro
Os segundos que levei para codificar as letras
Foram eternos
E provavelmente os melhores da minha vida
Aquele olhar
O qual eu nunca havia recebido
Com tal poder
Me chegou com lagrimas
Pois aquele "eu te amo"
Numa grafia feia
De mãos tremulas
Me fizeram completo
E me transportaram
Para um mundo de sentidos
E sentimentos
Que eu jamais imaginária conhecer
Ali
Naquele instante
Nem as maiores caricias
E expressões de amor
Poderiam representar
O que eu vivia
A real energia
De amar
E ser amado
Por alma
Por completo
Por um guardanapo

PiegaF