sábado, 20 de agosto de 2011

Alternância obliqua

Não meu bem
você não tem segredos.
Sim meu bem
você tem os maiores segredos do mundo.

Veja meu bem
O seu sorriso é tão...
irrelevante.
Veja meu bem, onde você está.

Procure meu bem.
não, não procure por mim
procure por outro,
pelo outro, você!

Creia meu bem
creia, há alguém pra amar
alguém pra você amar, pra não lhe amar.

Arrume meu bem,
arrume tudo e tire do lugar
mudando as mesma coisas
e se perguntando: onde você deve ficar?

Jogue, jogue tudo meu bem
arrombe a caixa de recordações
pegue as fotos de nós dois,
veja meu bem, tudo era...
o que hoje não vemos mais.

Vá meu bem,
Se jogue janela a baixo
abra seus braços
e voe... pousando
naquele belo jardim
onde só nasce capim.

Fernanda Ribeiro Feola

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Extremos

A viagem,
que já me pareceu tão curta
hoje foi longa...
Pensamentos negativos,
positivos, maldosos.
E muitos, certos!
Uma tristeza, uma felicidade
cheguei aos extremos...
não foi pela primeira vez,
e provavelmente, também não será a ultima.

Fernanda Ribeiro Feola

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Menino

Ele toma seu café,
escuta suas bandas favoritas
e é apenas, inutilmente, ele.

Fernanda Ribeiro Feola

Brevidade

A menina só não perde a hora de entrar no colégio,
porque perde o café da manhã.
Ela só não esquece o caderno de ensino religioso,
porque ela não tem mais esse ensino.
Só não esquece de ligar para o amado,
porque não tem um.

Mas fora isso o tempo corra rápido.
E a menina está bem com a situação.

Fernanda Ribeiro Feola

domingo, 14 de agosto de 2011

Nó a beça

O som da balsa,
do violão, a cantiga.
Os grilos, "cricrilando".

A escuridão
que faz a noite,
as luzes das casas
brilhando, como estrelinhas
que caíram na terra.

Iluminam aqui
o meu coração,
que está cheio de nós.

Fernanda Ribeiro Feola

Periódico

Simplesmente não quer mais,
perdeu o encanto,
não vê graça,
nem porque.

Acha totalmente desnecessário
por mais que um tanto seja triste
leva em consideração
o que hoje, a faz bem.

Cheio de mágoas então
seus olhos riem
por simplesmente,
acreditar estar bem.

Fernanda Ribeiro Feola

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Submissa

A menina quis sair,
quis saber como era o mundo.

Porém perdeu as pernas,
lhe roubaram os passos.
Fizeram de tudo
e encurtaram-lhe o caminho.

Pequena, ingenua e tão sonhadora
a menina agradece.
E acaba com um terço,
do que deveria chamar de sua história.

Fernanda Ribeiro Feola

domingo, 7 de agosto de 2011

Ermo

Coração estava certo
sentimento algum é este tal
adormeceu...
sem possibilidades.

Jeito de mal me quer,
pra que mulher?

Acolho-te
e lhe faço morada.
Prazer, solidão!

Fernanda Ribeiro Feola

Enfado

Meus tombos
quase tombos,
tão tontos.

Seus beijos,
e amassos
tão traços.

São todos
um tanto perdidos,
sem sentido.

Eu tropeço e levanto
você segue...
ao nosso recanto.

Fernanda Ribeiro Feola

sábado, 6 de agosto de 2011

Não sei se é medo ou é frio.
Mas da arrepio.
Dá "trimililico'
Dá calafrio.

Fernanda Ribeiro Feola

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Alvitre

Se há dor maior
eu nem quero sentir
se pensar que alguém...
pode estar a minha espera.

Alguém assim,
tão igual a mim.
Aceitaremos um repouso
um beijo doce.

Como já quis lhe escrever um dia
e escrevi,
sim eu lembrei de ti.

Fernanda Ribeiro Feola

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Homicídio

Eu estava tão fora de mim...
havia uma luz... luz forte, alta.
Eu estava tão fora de mim...
contei segredos.
Eu estava tão fora de mim...
vi um corpo rasgado,
e um coração parado,
em minhas mãos.

Fernanda Ribeiro Feola