Do nada que se restou
Foi a solidão que me acendeu
De um profundo poço, que me habita
Esse não tem ponte ou corda
Vive lá a tanto tempo que se acomodou
Fazendo tudo ser lembrança e angústia
Nessa terra do resigno
Ninguém mais sabe de mim
As rimas vem se fazendo pobre
Como o meu coração
Que grita, implora, por amor
O amor que me abandonou
Em meia estrada
E desapareceu ligeiro
Como quem fugia pela porta da frente
Como quem não era meu.
Fernanda Ribeiro Feola
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Relato A(dor)mecer
Perder o sono, criar o sono, dormir sem sono.
Achar o sono, perder o sono, não dormir sem o sono.
Entrar em pura euforia quieta.
Cansar-se de escrever, o pescoço começar a doer.
Pensar em você, voltar a escrever.
Comprimir a cabeça contra o travesseiro, pensar.
Lamentar-se pela falta de tinta na caneta.
Lamentar-se por sujar suas mãos com tinta aquarela.
Lamentar-se pelo fim das linhas neste verso da folha.
Cansar-se de relatar. Dormir.
Fernanda Ribeiro Feola
Achar o sono, perder o sono, não dormir sem o sono.
Entrar em pura euforia quieta.
Cansar-se de escrever, o pescoço começar a doer.
Pensar em você, voltar a escrever.
Comprimir a cabeça contra o travesseiro, pensar.
Lamentar-se pela falta de tinta na caneta.
Lamentar-se por sujar suas mãos com tinta aquarela.
Lamentar-se pelo fim das linhas neste verso da folha.
Cansar-se de relatar. Dormir.
Fernanda Ribeiro Feola
Não mais
Meu despertador,
que não desperta mais;
Meu sono que resolveu dormir,
e não me descansar mais;
Meu café da manhã,
que resolveu não me servir mais;
Meu carnaval que se escondeu na sua felicidade,
e não me sorri mais;
Meu coração que encontrou outra paixão,
e não me ama mais.
Fernanda Ribeiro Feola
que não desperta mais;
Meu sono que resolveu dormir,
e não me descansar mais;
Meu café da manhã,
que resolveu não me servir mais;
Meu carnaval que se escondeu na sua felicidade,
e não me sorri mais;
Meu coração que encontrou outra paixão,
e não me ama mais.
Fernanda Ribeiro Feola
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