terça-feira, 23 de abril de 2013

Volver a Veneza

Colombina resolveu dar as caras
Porém sem Pierrot ou Alerquim
Decidiu vir só
Pois é só e em si que ela encontra todas as perguntas
Pra suas inúmeras respostas inúteis
Pro seu riso frouxo
Pro seu choro feio

Ela sabe que a felicidade não lhe cai bem
Por mais que insista
É da sua natureza
Como a de um leão que reina na floresta

Colombina não é rainha de nada
Mas esse nada, se faz tudo
Em seu mar de ilusões
E são esses versos perdidos
Que a fazem pequena

Inútil e infiel
A seus amantes queridos
Feridos
Por seu cruel antagonismo

Mas é dessa dor
Que Colombina tira forças
Tira e retira forças
Como quem retira água do poço todo santo dia
Para sobreviver

Pois essa menina não sabe mais
Brincar de bem-me-quer
E nunca soube amar.

PiegaF

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