quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Passageira


No resplandecer da aurora acorda
ocupada, poupava-se do atraso.
No espaço e no tempo
talvez saia e volte a mesmo hora.

Menina que não namora.
Seu tempo é insuficiente para vaidade
apenas apta para o conformismo
esconde seu relógio evitando a saudade.

Habitualmente com quatro olhos.
Um observa a vida, outro mundo ao seu redor
com um terceiro idealiza o amor
então com o quarto a solidão.

A menina pensa sobre o que existe
em sua triste rotina
e na maioria das vezes nas possibilidades.
É igênua a menina.

Pega o bonde dia após dia
observa o cobrador distante
diante do caixa e da roleta
é como se fosse sua companhia.

Ali, ele!
Cobrou-lhe mais que uma passagem.
Ela, pagou-lhe com a mais inesperada resposta:
"Serei sua eterna passageira".


Rafaella Ribeiro Feola

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